Tristeza

 


Tristeza! 

Desculpem! Não há outra palavra. 

Embora eu seja otimista 

Os fatos estão evidentes 

 

Cavamos o abismo que estamos mergulhamos 

E qualquer um que alerte é mal visto 

Qualquer verdade dói. Algo fora do padrão incomoda 

 

Com nossa soberba, prepotência, nossos maniqueísmos 

Generalizando e simplificando qualquer questão 

É muito mais confortável ser simplório que profundo 

Se sempre acusando os outros, dos nossos erros 

Baseados em informações que nos confortam 

Nunca indo além, buscando reflexão 

 

Para satisfazer nosso ego, ou agradar alguém 

Compramos um pacote completo de meias verdades 

Discursamos bonito, para aparentar sermos legais 

E escondemos nossas atrocidades 

 

Tudo em que fazemos, somos seletivos 

No que seremos justo, no discurso, até no que se indignar 

Lemos a página do livro que nos interessa 

Não processamos nada do que contradiz 

 

Pouco pensamos em outras possibilidades 

Em buscar entender o próximo 

Principalmente o que no fundo vemos como inimigos 

E que sua postura ou ideias abominamos 

 

Somos radicais ao cometer ou nos cegar para injustiças 

Ou no mínimo na possibilidade de que seja uma injustiça 

É tão prático seguir as ideias mais aceitada em nosso ciclo 

E nos indignamos com o que é conveniente 

 

Somos o que pregamos apenas quando conveniente 

Desgastamos temáticas, mudamos sentido das palavras 

Tomamos verdade de pessoas com posturas questionáveis 

O inferno são os outros, a nós, nada 

 

Para que o desejo de agradar alguns amigos 

Replicando ideias feito papagaios 

Nunca refletindo, pensando na possibilidade de outro lado 

E que quem sabe, nós estamos errados 

 

Comentando com convicção assuntos que não nos qualificamos 

Que não buscamos informações, que não estudamos  

E apesar disso, achamos que sabemos, baseado em conhecimentos duvidosos 

Nos enchemos de nossa arrogância, como se fosse bonito 

 

 

Talvez daqui a cem anos, olhem para nós e enxerguem nossos absurdos 

A falta de capacidade de enxergar o obvio 

O tempo esclarece o que pare claro agora 

E no futuro nos julgarão, com a mesma impiedade que hoje fazemos com as pessoas do passado 

 

No fundo pensamos somente em nós 

Mas fazemos nosso marketing do altruísmo 

Aceitamos qualquer erro, até crime, para não sair de nossa caixa 

E ainda reclamamos que a vida está tão complicada 



Sobre o Autor: 

Victor Garcia Preto   
Formado em Ciências Contábeis. 29 anos, Resido Ribeirão Preto.  Tenho um perfil de textos no Instagram: @textosinceros. Segue lá.

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