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Como tornei-me escritor - Victor Garcia Preto
Autor do Texto: Victor Garcia Preto
Não sei dizer exatamente quando me tornei escritor. A vocação surgiu desde que me entendo por gente, apenas não tinha percebido isso. Desde criança gostava do processo de criação, da imaginação. Ninguém percebeu, nem mesmo eu.
De frases que escrevia em rascunhos em casa ou na contra capa do caderno.
Das poesias de "zoeira" que escrevia em parceria com alguns colegas para as meninas da escola as letras de rap, de um grupo que montamos na escola, mesmo sem ninguém cantar, ser DJ ou qualquer similaridade, apenas minhas letras. Um grupo musical sem músicas. Apenas algumas letras amadoras.
Embora ninguém tivesse se dado conta, demonstrava minha vocação. Ainda muito longe do aprimoramento, porém, iniciando os primeiros passos.
Posteriormente escrevia algumas coisas - principalmente músicas - para outro ciclo de amizade, com outra proposta. Mesmo já universitário e estagiando, escrever o que sentia, fosse em proza ou verso, continuava sendo uma necessidade. Era natural, as vezes até imperceptível.
Não percebia que poderia transformar esse hobby em algo profissional.
Com o tempo desenvolvi criações de enredos longos, romances de fantasia e posteriormente todo o tipo de enredos do gênero. Fui me dedicando exaustivamente, no entanto, tudo era prazeroso. A escrita, a literatura, tomaram conta de mim, de uma maneira da qual nunca imaginei que aconteceria. Foi natural o mergulho nesse universo.
Criei perfil no Instagram para expor meu trabalho, me tornei colaborador desse portal e aos poucos fui divulgando aos demais o que fazia. Demorei muito tempo para amadurecer como escritor e me tornar profissional da área.
Durante muito tempo, por escrever constantemente, não havia percebido que essa minha característica deveria ser levada a sério. De modo inconsciente ia me aprimorando, lendo e assistindo conteúdos para escrever melhor, em outras palavras, evoluir como escritor.
Uni a vocação com o conhecimento. O talento é importante, mas toda a pedra bruta precisa ser lapidada. Descordo de todos que dizem o oposto. É mais fácil alguém com pouco talento e muito esforço conseguir seus objetivos, do que alguém com muito talento e pouco esforço.
Dessa forma prossegui minha jornada.
Escrever se tornou cada vez mais uma necessidade. Como um alimento e ao mesmo tempo uma terapia. Acredito que a literatura pode contribuir com um mundo melhor. Talvez não da forma como muitos enxergam, mas tem essa finalidade. Tento fazer minha parte.
Quando o que registro passa a ser divulgado há também a responsabilidade com o que se escreve. Muitos não se dão conta do poder que tem nas mãos, podem de alguma forma usá-lo para o bem e para o mal.
Em 2015 tive um sopro de inspiração raramente ocorrido em minha vida. Escrevi um texto - que inicialmente pensava em ser um conto - de trinta páginas no Word, com letra "calibri 11", contando a visão do narrador fictício, um jornalista esportivo, sobre o Come-Fogo, o clássico entre os dois times de Ribeirão Preto, minha cidade natal, Botafogo e Comercial. Um dos duelos mais tradicionais do interior paulista.
Acho interessante quando se cria romances abordando aspectos culturais brasileiros, principalmente da região/cidade em que se vive. Não tenho aversão a estrangeirismo, porém, gosto quando o foco é "regionalista"; Embora a obra em questão não seja totalmente focada na região de minha cidade. Modéstia a parte, consigo criar referências e contextos para o interior de São Paulo em geral, e pincelando sobre elementos esportivos de vários pontos do Brasil e do mundo.
Fiquei muito satisfeito com o resultado do meu trabalho. É uma ficção, unindo elementos reais e ficcionais. Tendo aspectos muito interessantes.
Deixei o arquivo engavetado por mais de três anos, salvo em meu note, e nesse período fiz três ou quatro anotações pontuais.
Em setembro de 2018 decidi transformar o até então "conto" em um romance, e que renderia uma obra inteira. Me entusiasmei, inclusive.
Em um momento em que havia adquirido maturidade como escritor, que tinha a sensação de já ter encontrado o caminho das perdas, e também evoluído minha visão de mundo no tema da obra.
Tinha a convicção de que poderia ser a única obra que escreveria com o tema de futebol, por isso fiz questão de caprichar. Nas minhas convicções, em dados. Mais uma vez, gostei o resultado final e o mais importante, ao conclui a obra, estava ainda mais maduro como escritor. Foi ela que me fez entender que poderia escrever romances dos mais diversos gêneros, não apenas fantasia (sendo este mesmo, um romance ficcional, porém, não fantástico).
Foi determinante em minha história.
Foi uma obra que se concretizou de modo espontâneo, até com certa inocência. E talvez seja sua principal qualidade.
Inicialmente deveria sair em 2019, porém, alguns problemas com a editora da época interromperam o objetivo.
Em 2020, consigo finalmente a publicação.
"Come-Fogo - O maior clássico", através do "Frutificando" e da Editora "Koinonia".
Agradecendo todo o trabalho e dedicação de Janaína Lourenço.
Não é minha primeira obra, já que em outubro de 2019 publiquei o E-book "O luau do Silêncio", na plataforma da Amazon. Entretanto, esse é meu primeiro livro físico, envolvendo um grupo qualificado no processo, já que o E-book todo foi produzido pela minha pessoa. Boa obra, porém, há sempre importante o trabalho em conjunto.
O livro recém lançado, embora tenha a temática de futebol, abrange diversos aspectos. Como o esporte se relaciona com o cotidiano das pessoas, pinceladas pelo futebol feminino e outros esportes, como vôlei e basquete.
Consegui agrupar inúmeros elementos em uma única história. Por isso não posso me queixar.
Modéstia parte, tenho orgulho do que eu fiz.
Hoje realizei não apenas um sonho, mas um objetivo.
É comum que as pessoas menosprezem quando se almeja algumas atividades. Literatura, música, artes plásticas, pintura, desenhos, etc...
A sociedade sempre irá menosprezar que busca ter a arte como sua atividade profissional ou uma de suas atividades. O reconhecimento chega apenas após percorrer longo caminho em silêncio, muitas vezes sozinho. Apenas resultados palpáveis fazem os mesmos que criticavam te aplaudir.
É assim em geral.
Por isso, se tiver um sonho, se qualifique, trabalhe, soe. Inspiração e transpiração, que é possível.
Ainda estou na minha jornada, é a primeira de muitas obras que pretendo publicar, mas sem dúvidas, foi um passo muito importante.
Ler e escrever é sempre interessante. Particularmente sou apaixonado pelo processo de criação.
Caso queira saber um pouco mais sobre a obra, é só acessar "https://www.frutosdapoesia.com/product-page/come-fogo-o-maior-cl%C3%A1ssico-victor-garcia-preto"
Como já disse, estou muito feliz com o resultado.
Espero continuar tendo oportunidades nesse espaço para expor meu ponto de vista.
Sobre o Autor:

Formado em Ciências Contábeis. 29 anos, Resido Ribeirão Preto. Tenho um perfil de textos no Instagram: @textosinceros. Segue lá.




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