Viver é não apodrecer por dentro. É não morrer ainda respirando e fisicamente saudável.




Definitivamente viver não é para fracos. Dizem que a fecundação já é uma vitória, um espermatozoide que superou inúmeros outros. E é verdade.


Cada dia que passa, não é um dia a menos que resta de vida, mas, um dia a mais, EM que sobrevivemos. Até por não existir um tempo certo ou uma data exata para deixar a vida.

Cada dia vivido é um triunfo. Principalmente se for minimamente bem feito. 

Mais uma vez superamos nossos medos, nossas imperfeições, nossos traumas, erros. Enfrentar a cada dia todos os problemas. 

Não se entregar para inúmeras coisas ruins do mundo. É fato. Elas existem. A questão está no modo com que enxergamos cada situação. Se o copo está meio cheio ou meio vazio. Olhar para o cavalo ou seu estrume. Para a flor ou o espinho. 

Me senti em um ringue de box, lutando com a vida, mas inevitavelmente levando golpes certeiros. Alguns, facilmente superados. Outros, é impossível não afetar de alguma maneira. As derrotas para a morte de pessoas próximas. Algumas distantes, como lembranças. Feridas que já não mais doem. Outras que estão evidências. Um acidente, uma doença, somatórias de fatores. Perdas, tristeza das pessoas próximas. Momentos totalmente de ausência de alegria.
Viver é conviver com a perda de pessoas. Algumas, embora ainda causando tristeza, menos drásticas, no caso de pessoas de idade, que se sente que cumpriram o ciclo. Outras, mistura-se o inconformismo. Daqueles que nos deixaram jovens ou longe de uma idade avançada.

Viver é receber informações tristes. Ir em velórios. Consolar os que ficam. 
É aguentar golpes, até cair, mas em algum momento se levantar. 
É ganhar, e saber apreciar a vitória, após inevitáveis derrotas. 
Viver é saber ganhar, empatar e perder. Ter dignidade nos extremos. Quando tudo conspira a favor e nos períodos mais difíceis.

Parece óbvio. Mas viver é superar a morte. Triunfar sobre as perdas, e as frustrações. As decepções com aqueles que estão vivos. 
É muitas vezes ser condenado e cumprir pena, mesmo inocente. Sentenciado sem direito a defesa. Receber um veredito negativo, mesmo sendo absolvido pelo jure. É entender que no mundo há muitas pessoas estúpidas. E mesmo com o fato escancarados em suas testas, ainda sendo pessoas socialmente bem quistas. Qualquer elemento serve para justificar sua estupidez. Embora, não se deva esquecer que o mundo gira, os eventos são cíclicos e "aqui se faz, aqui se paga".

É olhar injustiças. Entender que elas existem, e em algum momento seremos vítimas. Não ínsito em aceitá-las e não lutar para destrui-las, mas ter a sabedoria que inevitavelmente acontecerão. 
E possuir a compressão, que nós mesmos, em algum momento, a cometeremos. 

Viver é aprender a conviver com a própria imperfeição. Entender que haverá angústia, raiva, distorções, mentiras, golpes baixos. Lobos na pele cordeiro. E também cordeiros em pele de lobos. É confiar desconfiando. É questionar tudo. Refletir. Se libertar das amarras. Procurar ser um pouco menos alienado.

É não ter resultados que se espera. Ser demitido. Perde clientes, oportunidades, chances de falar e se calar. Perder para a morte e para a vida. Ganhar da morte e da vida. 
Superar os amores não correspondidos, e não ter correspondido alguns amores.
É ter racionalidade e emoção. Se afastar do que te faz mal. Bloquear o que é possível. Evitar problemas. Porque alguns irão ocorrer de qualquer forma.
Levei muitos golpes da vida. Alguns baixos. Outros nem tanto. E creio ter revidado alguns.

Viver é não apodrecer por dentro. É não morrer ainda respirando e fisicamente saudável. 
É fazer algo novo. Ouvir uma nova canção. Descobrir um lugar diferente. Plantar mais uma árvore. Conversar com pessoas diferentes.
É cair. Mas conseguir se levantar. 



Sobre o Autor: 
Victor Garcia Preto   
Formado em Ciências Contábeis. 29 anos, Resido Ribeirão Preto.  Tenho um perfil de textos no Instagram: @textosinceros. Segue lá.

              

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