
Texto de Victor Garcia Preto
Creio que o ideal seria criar uma introdução elaborada ao texto; contudo, irei direto ao ponto.
Não tenha gurus!
Não entenda como a propagação de uma revolução ou rebeldia. Mas tenha cuidado com as pessoas que você segue, admira e tem como referência.
É óbvio que é preciso se inspirar em pessoas com qualidades, e muitos - principalmente mais velhos e/ou mais experientes - podem ensinar de forma valiosa, seja com palavras ou ações. Eu mesmo tento passar alguma mensagem como escritor. No entanto, ter mentores, ídolos, gurus é muito complicado.
Dizer que 'mata e morre por alguém, mesmo se estiver errado" é muito complicado. Corre-se o risco de ser injusto, intolerante, irracional.
Pessoas que te ajudaram ou despertaram afetos, possivelmente comentaram erros durante a vida, alguns deles graves. Alguém que te fez bem, pode ter feito muito mal para o outro. A falta de conhecimento proporciona em algumas ocasiões, a visão limitada dos fatos, e por isso muito do que parece coerente em um momento, possivelmente perderá o sentido no futuro. Um detalhe, uma pequena informação, pode alterar drasticamente todo o cenário.
Quem me acompanha minimamente, vê em meus textos a ideia de individualidade, de pensar por si, sem coletivismos, tão pouco agradar grupos ou pessoas. A tentativa de imitar alguém ou algo destrói sua personalidade. É diferente de se inspirar, de buscar pontos positivos. Não se deve imitar, copiar e tão pouco sugar ninguém.
Por isso os gurus são tão complicados. Há quem pareça inteligente, ou até é em determinada área, mas não necessariamente suas características condizem com as aparências. Em um mundo cada vez mais com filtros, é muito fácil se iludir. Seria um conto de fadas se em algum momento as consequências de tudo isso não chegassem.
Se eu não tivesse o senso de que minha vida - como qualquer outra - possui peculiaridades exclusivas, e que preciso entender de que os obstáculos e condições exigem aplicações próprias, cometeria muitos erros, seguindo ensinamentos ou tentando ser algum "mentor". Brigaria com boa parte das pessoas do meu cotidiano, de muitas que já me ajudaram muito e gostam de mim, simplesmente por não ter o discernimento de que não devo agir como outra pessoa. Mesmo se estiver certo em suas atitudes e palavras o "mentor" respondeu as circunstâncias próprias, que na maior parte dos casos não se aplicam as daqueles que os seguem.
Perderia o senso seguindo alguém, e pouco tempo depois, quando pessoas que supostamente deveriam ser exemplo, contradizerem tudo que pregaram, estaria eu perdido. Ou seria um imbecil,
Essa política da devoção a outros, nos descaracteriza.
Uma frase, que se torna um bordão característico a uma pessoa, torna-se patético na boca de outro, por um simples fato, não é original. Por mais que o momento é de reforço das aparências, do "fake", do que está fora da realidade, ganha pontos quem busca o autêntico. Não que seja uma competição, mas a originalidade é benéfica principalmente para quem a aplica. Não há pessoas perfeitas, por mais que estes tenham qualidade, estão sujeitos ao erro. Recentemente, escrevi nesse portal um texto que diz que nem todo o vinho que aprimora com o tempo (https://www.papicher.com/2021/04/nem-todo-o-vinho-melhora-com-o-passar.html), creio ser complemento para entender a mensagem desse texto.
Mesmo quem possui atitudes admiráveis está suscetível a falhas. O que parece qualidade em um momento, possivelmente o tempo mostrará ser um defeito.
Outro ponto, é que não necessariamente compreendemos uma determinada situação. Deseja-se tomar partido, sem capacidade para tal.
Extraia pontos positivos, mas não idolatre ninguém. Em resumo. Não tenha gurus.
Sobre o Autor:

Formado em Ciências Contábeis. 29 anos, Resido Ribeirão Preto. Tenho um perfil de textos no Instagram: @textosinceros. Segue lá.




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