Stephanie Almeida
Textos
A saudade chega, mas você não vem - (Stephanie Almeida)
Hoje eu acordei me perguntando o que aconteceu com a gente.
Passei pelo restaurante que você costumava me levar. Me sentei do outro lado da rua e fiquei observando um lindo casal que estava sentado na mesa em que costumávamos sentar. Eles se pareciam muito conosco. Dois jovens despreocupados, olhando intensamente um para o outro enquanto conversavam sobre algo - provavelmente contavam histórias aleatórias -, enquanto riam muito. Eles pareciam se divertir tanto... A gente costumava se divertir assim.
Me peguei pensando em como você me fazia rir das coisas mais bobas possíveis. Até o seu sorriso me fazia sorrir. Me peguei pensando em todas as noites que eramos nós dois naquela mesa, comemorando qualquer coisa só pelo simples fato de amar o restaurante. Em como suas piadas - que eram péssimas - me arrancavam gargalhadas só porque eram contadas por você. Em como éramos felizes juntos. Em como um sempre fez de tudo para cuidar do outro. Em como eramos companheiros e sempre tão unidos. Em como eramos o encaixe perfeito. E a pergunta ecoava em meio aos pensamentos, cada vez mais frequente... Por que agora, depois de tanto tempo, você resolveu aparecer outra vez na minha cabeça?
Peguei o celular na intenção de ligar para você. O medo tomou conta por mais que eu tentasse lutar contra ele. Quando abri seu contato, vi você online e comecei a digitar tudo o que estava entalado na minha garganta desde o último adeus. Foram tantas palavras tiradas de mim junto com às lágrimas do medo por não saber como você iria reagir, que me perdi nos meus próprios pensamentos e apaguei tudo. Apaguei tudo porque fazem meses que você se foi e não me procurou mais. Por que você nunca me procurou? Será que foi tão fácil assim para você conseguir me esquecer?
O tempo parecia passar mais rápido. E, no caminho para casa, passei pelo parque em que costumávamos ir. Neste momento eu apenas sorri. É engraçado o jeito que nosso cérebro e nosso coração trabalham juntos quando estamos com saudade de alguém. A dor no peito e as memórias que não cansam de aparecer nos pensamentos. Memórias que, muitas vezes, estão enterradas tão fundo que são inesperadas. Um verdadeiro turbilhão de emoções boas e ruins. A saudade de você é uma tortura. E, de alguma forma, meu coração sempre estará ligado ao seu.
Agora? Agora são 4 horas da manhã.
Chega o sono, o choro, o soluço em meio às lágrimas, as lembranças, a dor forte no peito, as dúvidas...
Até a saudade chega, mas você não vem.
Sobre o Autor: Stephanie Almeida
20 anos, Libriana, baiana e futura Psicóloga. Viciada em café, John Mayer, super-heróis, séries, livros, dias frios e chuvosos, pipoca, jujuba, coca-cola e chocolate. Acredita que com amor tudo se resolve. Se entrega de alma em tudo que faz. Gosta de escrever mais do que de falar, é através da escrita que consegue colocar para fora tudo o que sente - e transformar suas experiências em palavras para ajudar os outros.
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